Arcadia Caipira
Paisagens Imaginárias.
Eita, minha Arcadia Caipira, meu rincão, terra de serra, serrado e cerração, em que os olhos dos bichos brilham nas noites sem luar. Terra dos ecos nas escarpas, dos ocos nos troncos e micos nos ocos, do baque na folhagem espessa, do salto dos córregos nos despenhadeiros, das nascentes jorrando inspiração, borbulhando na tardinha. Terra do não ainda; terra do nunca mais. Terra de viola e pastoreado de cotias e capivaras; paraíso. Terra de poesia e de pastores e pastoras na varanda, das tempestades ao longe e da luz que jorra e escapa pelos vãos. Terra de trovão e brisa rosa. Terra espontânea, livre, sem peso nem pesar. Que saudade daquilo que não conheci. Ai, que saudade do futuro.